Moçambique lança processo de auscultação pública sobre o diálogo político nacional e inclusivo

"Queremos louvar e reconhecer a coragem de todos, bem como o seu sentido de responsabilidade. Ninguém dialoga sozinho. Dialoga-se com os outros; erguem-se pontes; abre-se a mão de certezas para dar lugar ao encontro."

Foi lançado, hoje, em Maputo, o processo de auscultação pública nacional e da diáspora sobre o diálogo político para a pacificação do país, que inclui, entre outras matérias, um novo modelo eleitoral e a revisão da Constituição da República.

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, dirigiu a cerimónia de lançamento em que participaram dirigentes políticos moçambicanos, membros da sociedade civil, membros da comunidade diplomática acreditada em Moçambique, entre outros intervenientes, directa ou indirectamente, no processo político nacional. 

Em representacação da União Europeia, o Embaixador Antonino Maggiore, sublinhou a importância do diálogo, afirmando: "Queremos louvar e reconhecer a coragem de todos, bem como o seu sentido de responsabilidade. Ninguém dialoga sozinho. Dialoga-se com os outros; erguem-se pontes; abre-se a mão de certezas para dar lugar ao encontro."

Embaixador UE/Mocambique

Prosseguiu, afirmando que "o diálogo faz nascer confiança, desenha a paz e inaugura reformas: com coragem, com transparência, juntos. O diálogo pede paciência, escuta e compromisso. E pede, acima de tudo, a coragem de encarar escolhas difíceis, de atravessar diferenças e de colocar primeiro as necessidades do povo moçambicano.

O Embaixador deixou ainda uma mensagem de encorajamento a todos os intervenientes para que fazçam uso da "liberdade de agir com responsabilidade", citando a antiga chanceler alemã Angela Merkel.

Sublinhou também que os resultados deste Diálogo Nacional são responsabilidade de todos, destacando o papel de cada interveniente: "os moçambicanos na liderança do processo; a comunidade internacional no papel de apoio - em particular a assistência técnica e financeira da União Europeia, dos seus Estados-Membros e também das Nações Unidas, através do PNUD."

No seu discurso, o Presidente Chapo destacou "de modo muito particular, (...) as palavras que acabámos de ouvir do Representante da União Europeia em Moçambique. Elas são um testemunho vivo do compromisso sólido que a União Europeia e os seus membros têm demonstrado para com o nosso país Moçambique, em particular neste processo do Diálogo Nacional Inclusivo."

Em nome da União Europeia e dos seus Estados e Membros, o Embaixador Maggiore encorajou a todos os líderes — governo e oposição — a estarem presentes de boa-fé para "ouvir, propor e construir" em nome do bem comum.