Dia Mundial da Ajuda Humanitária: mudar vidas, mudar o mundo

Em todo o mundo, há milhões de crianças, mulheres e homens expostos a múltiplas dificuldades que os impedem de viver com dignidade e de ter pleno acesso aos seus direitos à alimentação, ao abrigo, aos cuidados de saúde e à proteção. Em muitas destas situações, os trabalhadores humanitários estão presentes e dedicam o seu tempo e esforço a ajudar os outros. Hoje, no Dia Mundial da Ajuda Humanitária, celebramos a dedicação e a solidariedade dos trabalhadores humanitários.

© pessoal da OIM e parceiro de execução num momento de alegria com Abdulhakem.

 

A ajuda humanitária representa um forte empenho pessoal. A atividade de mulheres e homens corajosos tem um impacto positivo claro na vida dos que beneficiam da sua coragem, determinação e empatia. As funções de um trabalhador humanitário variam, podendo consistir na prestação de ajuda a quem sofre com a guerra, as catástrofes naturais ou por motivo de outros problemas complexos. No entanto, a sua solidariedade para com os outros está sempre presente.

A UE recorda hoje a necessidade de defender os heróis da vida real que podem ver as suas vidas ameaçadas. Até à data, em 2022, perderam a vida 40 trabalhadores humanitários, 68 ficaram feridos e 52 foram detidos. Esta realidade não é aceitável. Além disso, foram participados 136 casos de rapto.

"O direito da guerra é claro. Os civis, incluindo o pessoal médico e os trabalhadores humanitários, devem ser sempre protegidos e nunca podem ser visados", declaram o alto representante/vice-presidente Josep Borrell e o comissário Janez Lenarčič. "Todas as partes em qualquer conflito têm de respeitar e cumprir o direito internacional humanitário, que não é uma escolha, é uma obrigação."

Data Insecurity regions - #NotATarget EU

Gráfico: Casos participados de trabalhadores humanitários feridos por país em 2022, até à presente data / Casos participados de trabalhadores humanitários mortos por país em 2022, até à presente data

Há heróis da vida real que transformam a ajuda humanitária numa realidade – e hoje é dia de os celebrar. Enquanto prossegue a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, a solidariedade de milhões de pessoas tem demonstrado o outro lado da humanidade: no meio do caos e do terror, há também empatia e solidariedade.

Jakub é um desses heróis. Trabalha numa organização não governamental na cidade polaca de Wroclaw e dedica-se de forma incansável a adaptar a capacidade da sua organização para responder a algumas das necessidades mais urgentes dos refugiados que chegam da Ucrânia. A dedicação de Jakub corresponde a um sentimento geral de solidariedade em todo o país, com uma abundância de donativos a centros localizados perto da fronteira com a Ucrânia.

Na Letónia, Anželika, técnica de juventude, tem trabalhado com a Cruz Vermelha para prestar apoio a quem chega ao país a fugir da guerra, informando o mais rapidamente possível as pessoas das formas de ajudar, bem como dos sítios onde podem encontrar informações e de quem devem contactar consoante os problemas.

Em Portugal, Sónia reuniu os amigos e foi com eles de Lisboa a Varsóvia no início do conflito, para levar bens essenciais e apoiar a reunificação de famílias ucranianas em Portugal.

A invasão da Rússia não só provocou a subida em flecha das necessidades humanitárias na Ucrânia, como também teve efeitos dramáticos em todo o mundo. Como há milhões de toneladas de cereais bloqueados na Ucrânia, a guerra veio acentuar uma crise alimentar mundial já de si grave e sem comparação com aquilo a que alguma vez assistimos.

 

A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia tem consequências à escala mundial, gerando uma grave crise alimentar que expõe ainda mais os países já vulneráveis a um acesso insuficiente aos recursos, devido aos conflitos, às alterações climáticas e aos efeitos da pandemia de COVID-19. O AR/VP Josep Borrell e o comissário Janez Lenarčič lançam o apelo à comunidade internacional de doadores: A UE aumentou significativamente o seu financiamento destinado a combater a crise alimentar mundial. Convidamos a comunidade internacional de doadores a seguir-nos o exemplo.

 

O trabalho humanitário da UE continua a pautar-se por quatro princípios humanitários internacionais: Humanidade, Neutralidade, Imparcialidade e Independência. A UE defende firmemente a proteção do espaço humanitário. Do conflito na Síria à insegurança alimentar no Sael, a UE e os seus Estados-Membros continuam a assegurar uma resposta e ajuda humanitária imediatas. Para dar prova deste compromisso, as instituições da UE e os seus Estados-Membros são os principais doadores de ajuda humanitária no mundo. A ajuda humanitária financiada pela UE é prestada em parceria com as agências das Nações Unidas, as organizações internacionais e as ONG. A ajuda humanitária da UE abrange domínios de intervenção como a alimentação e a nutrição, o abrigo, os cuidados de saúde, a água e saneamento e a educação em situações de emergência.