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Força europeia para Moçambique poderá começar com 200 a 300 militares

10 mai, 2021 - 07:25 • José Pedro Frazão

O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança reconhece que o processo negocial está a ser lento em Bruxelas, mas revela que a força a enviar para Maputo será substancialmente inferior ao dispositivo que a UE tem no Mali. Josep Borrell revela à Renascença que a dimensão da participação portuguesa está ainda a ser definida, mas pode situar-se entre um terço e metade do contingente europeu.

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Força europeia para Moçambique poderá começar com 200 a 300 militares

O chefe da diplomacia europeia Josep Borrell revela à Renascença que a União Europeia pondera o envio inicial de 200 a 300 formadores militares para Moçambique.

Em entrevista à margem do Conselho Europeu Informal no Porto, o
Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança não confirma a proporção exata da participação nacional, mas admite que pode situar-se entre um terço e metade do contingente europeu.

Na semana passada, o Ministro da Defesa português confirmou que Portugal ofereceu-se para participar com um contingente que pode ir até 50% da força europeia.

Josep Borrell explica a natureza da missão militar europeia que tarda em seguir para Maputo.


A União Europeia tarda em responder ao pedido de ajuda feito por Moçambique. Onde está o problema?

O Presidente de Moçambique pediu-nos ajuda para reforçar a sua capacidade militar, uma vez que enfrenta uma situação complicada de terrorismo de raiz jihadista que vai descendo pela costa desde a Somália e vamos fazer o possível por ajudá-lo. Mas nós não mandamos tropas de combate, tão pouco ele nos pediu isso.

A formação não é pouca coisa. Os exércitos necessitam de ser formados. Estamos a fazer muita formação em África e espero que os estados-membros se ponham de acordo para o fazer em Moçambique.

A metade da missão será com militares portugueses?

Se é com metade ou com um terço, não sei. Mas é claro que Portugal tem um papel muito importante a desempenhar como motor e participante.

Isso não significa que os outros estados-membros não estão tão interessados em intervir em Moçambique?

É natural que Portugal se preocupe mais com o que se passa em Moçambique do que a Lituânia. Da mesma forma que é natural que a Lituânia se preocupe mais com o que se passa na Bielorrússia do que Portugal.

Todos temos problemas com a vizinhança e preocupamo-nos primeiro com o que está mais próximo, ou com os que nós nos sentimos mais próximos, pois Moçambique não está na vizinhança de Portugal. Da mesma forma, há países do Norte de África como Marrocos que estão mais próximos de Portugal e Espanha do que à Roménia.

Cada país tem a sua política externa e tratamos de fazer com que todos participem nos problemas de todos. Se mandarmos uma missão a Moçambique, haverá tropas com formadores de todos os países.

Acabei de regressar do Mali e visitei a base onde está o nosso centro de formação. Vinte países europeus enviaram um total de 900 militares.

Quantos militares vão para Moçambique?

No Mali temos 900 militares. Em Moçambique provavelmente poderíamos começar com 200 ou 300.

E não sabe ainda a fração de Portugal?

Está tudo em fase de negociação e em Bruxelas as coisas avançam lentamente.

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